As compras virtuais e as reservas de hospedagem pela internet transformaram a forma como consumimos. Mas, junto a essas facilidades, também se ampliou a prática das avaliações falsas. Elas servem tanto para inflar reputações de produtos e serviços quanto para prejudicar concorrentes, comprometendo a confiança dos consumidores. Há relatos de hospedagens elogiadas em plataformas digitais que, na prática, nada tinham a ver com o que foi prometido.
Mesmo com ferramentas avançadas de detecção, inclusive inteligência artificial, a remoção desses conteúdos não é plenamente eficaz. Estimativas apontam que cerca de 4% de todas as avaliações online são fabricadas, gerando prejuízos bilionários em escala global.
Indícios comuns de falsificação
- Picos atípicos de comentários: quando dezenas de avaliações surgem em curto espaço de tempo, quase sempre positivas ou negativas.
- Perfis questionáveis: contas com fotos genéricas, nomes estranhos ou que fazem várias análises idênticas.
- Textos vagos ou exagerados: frases como “o melhor produto da minha vida” ou críticas muito duras sem detalhes específicos.
- Linguagem repetitiva e emotiva: excesso de emojis, pontos de exclamação e frases padronizadas.
- Histórico inconsistente: perfis que avaliam apenas um item ou vários produtos no mesmo dia.
Como o consumidor pode se proteger
Além da leitura crítica dos comentários, existem sites que ajudam a identificar padrões suspeitos, como ReviewMeta e Fakespot, úteis para verificar autenticidade. Plataformas também têm investido em tecnologia e iniciativas coletivas de combate a fraudes. Em 2023, por exemplo, grandes empresas do setor de viagens e comércio eletrônico criaram uma aliança internacional para definir padrões de revisão confiáveis.
Nos Estados Unidos, órgãos reguladores discutem normas que proíbem pagamento por avaliações positivas e manipulação de reputação, impondo sanções severas a quem descumprir.
Boas práticas antes de confiar em uma avaliação
- Observe a data das postagens: comentários distribuídos ao longo do tempo inspiram mais confiança.
- Verifique o histórico do avaliador: poucos registros ou muitos em sequência podem indicar fraude.
- Desconfie de textos exagerados: falta de detalhes concretos é sinal de alerta.
- Use ferramentas externas: serviços de checagem ajudam a filtrar conteúdos enganosos.
- Pesquise o responsável pelo serviço: em hospedagens, por exemplo, conferir nome e imagem em redes sociais pode evitar surpresas.