As fraudes em compras digitais seguem evoluindo em complexidade e volume, exigindo atenção redobrada por parte dos consumidores. Um levantamento recente, baseado na análise de mais de 11 mil denúncias registradas em uma plataforma colaborativa, revelou que quase metade das tentativas de golpe (45,1%) está relacionada diretamente ao comércio eletrônico. Esses episódios foram categorizados como fraudes de compra, nas quais a vítima efetua o pagamento por um produto ou serviço que jamais será entregue.
Dentre os estados brasileiros, o Distrito Federal se destacou como o local com maior proporção de vítimas, seguido de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já os prejuízos mais expressivos por vítima foram registrados em Rondônia, Tocantins, Mato Grosso e Sergipe, com valores que superam a média nacional.
Entre os golpes mais recorrentes, destaca-se a atuação de supostos lojistas ou empresas pouco conhecidas, responsáveis por 15,8% dos casos. Nesses episódios, os fraudadores utilizam perfis em redes sociais para ofertar produtos com valores muito abaixo do mercado, desaparecendo logo após o pagamento. O prejuízo médio para esse tipo de ocorrência gira em torno de R$ 740 por consumidor.
Outra prática comum é a clonagem de sites e marcas legítimas. Representando 8,5% das denúncias, esses casos envolvem páginas falsas cuidadosamente construídas para se assemelharem às originais. Apesar da semelhança, pequenas alterações passam despercebidas por consumidores desatentos. Nessa modalidade, a perda média por vítima foi estimada em R$ 520.
Também empatado em incidência está o golpe do vendedor de itens usados. Nessa fraude, que tem registrado perdas médias acima de R$ 1.800, o criminoso simula a venda de um produto — geralmente com anúncio atrativo — e desaparece assim que o pagamento é realizado.
Um aspecto que chama atenção é o crescimento no uso de empresas registradas por terceiros — popularmente conhecidas como “laranjas”. Essa tática se tornou predominante, saltando de 34% para 67% dos casos analisados no intervalo de um ano. A formalização do CNPJ confere aparência de legitimidade e dificulta a detecção automática por sistemas de segurança.
Além disso, os golpistas vêm incorporando ferramentas de inteligência artificial generativa em suas estratégias. A tecnologia tem sido usada para acelerar a criação de sites fraudulentos, simular vídeos publicitários falsos e até produzir deepfakes que aumentam a capacidade de enganar. Estimativas apontam que mais da metade dos consumidores que passaram por tentativas de fraude acreditam que essas manipulações digitais foram utilizadas para ludibriá-los.
Portanto, fique atento! Não confie em ofertas com preços muito inferiores à média de mercado. É fundamental investigar a reputação do vendedor, confirmar se a loja é oficial e evitar concluir pagamentos por canais não reconhecidos. A proteção contra fraudes começa com informação e cautela.