A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM: COMO ESTUDANTES PODEM APRENDER COM A IA

19 de julho de 2025

A inteligência artificial (IA) já faz parte da realidade educacional, não apenas como ferramenta tecnológica, mas como elemento ativo na forma como estudantes acessam, processam e compreendem o conhecimento. Diante disso, é fundamental que o uso da IA seja acompanhado de um entendimento técnico e ético sobre suas possibilidades e limitações. A formação do estudante deve ir além da simples recepção de respostas prontas: é necessário desenvolver um senso crítico sobre a qualidade das informações recebidas e sobre os processos que as originam.

A alfabetização midiática e o domínio dos mecanismos de funcionamento desses sistemas são elementos centrais para que os estudantes saibam utilizar a IA com discernimento. Isso envolve compreender que as respostas oferecidas por modelos de linguagem não substituem a mediação pedagógica e nem sempre estão baseadas em fontes verificadas. Em outras palavras, a IA pode ser um recurso útil, mas não é infalível — exige curadoria prévia e comparação com conteúdos didáticos validados.

Um ponto essencial é estimular que o estudante desenvolva o hábito de questionar e compreender a lógica por trás das respostas oferecidas. Modelos de linguagem operam com base em padrões e estatísticas, e, por isso, o raciocínio que leva à resposta pode ser tão relevante quanto a resposta em si. Isso pressupõe uma educação voltada à formação de competências para formular boas perguntas, comparar informações, revisar fontes e interpretar o conteúdo gerado.

A construção do conhecimento, nesse contexto, deve ser valorizada em detrimento da simples reprodução de informações. O desenvolvimento da maturidade intelectual implica reconhecer que, embora a IA possa agilizar o acesso ao conteúdo, o verdadeiro aprendizado ocorre quando o estudante é desafiado a refletir sobre o material, analisar suas implicações e aplicá-lo de forma contextualizada.

A formação prática, com apoio de professores qualificados e ambientes equipados para experimentação, pode potencializar esse aprendizado. Espaços como laboratórios de informática permitem que o estudante pratique a utilização de modelos de linguagem sob orientação, testando comandos, avaliando respostas e aprendendo a formular consultas mais eficazes. Porém, mesmo sem acesso a esses espaços, é possível incorporar a IA ao processo de estudo utilizando dispositivos móveis, desde que com orientação adequada.

O uso educacional da IA pode incluir atividades como comparação entre respostas geradas por sistemas inteligentes e conteúdos de materiais didáticos, simulações de questões de vestibulares, correção de redações baseadas em critérios específicos e explicações sobre processos de resolução de problemas. Esses usos não substituem a mediação docente, mas podem complementá-la de forma eficiente, desde que o estudante esteja consciente de como interpretar e aplicar as informações.

A chave para esse uso proveitoso está na instrução: é essencial que o aluno aprenda como dialogar com a IA, estruturando seus comandos de forma clara, objetiva e alinhada com o que deseja compreender. Também é importante que ele aprenda a identificar fontes confiáveis, interpretar resultados e entender os riscos de respostas imprecisas. A IA pode funcionar como guia de estudo, desde que utilizada com autonomia responsável e com supervisão pedagógica.

Mais do que uma fonte de respostas rápidas, a IA deve ser vista como um instrumento que promove o aprofundamento nos estudos. Quando bem orientado, o aluno desenvolve habilidades que extrapolam o conteúdo em si — aprende a raciocinar com lógica, a identificar inconsistências, a traçar caminhos investigativos. Trata-se, portanto, de um recurso que pode enriquecer a jornada educacional, desde que acompanhado de formação crítica, ética e técnica adequada.