Diversos registros policiais recentes nos municípios de Uberaba e Uberlândia expõem um panorama preocupante de fraudes, estelionatos e crimes violentos. As ocorrências envolvem desde golpes sofisticados utilizando boletos falsos até crimes de violência física e patrimonial.
Em Uberaba, um contribuinte foi enganado ao tentar pagar o IPTU de um imóvel. A vítima acessou um site que simulava o portal oficial da Prefeitura, gerou um boleto de R$ 1.080,96 e efetuou o pagamento. Posteriormente, ao verificar que o débito persistia, foi orientado pelo banco a registrar uma ocorrência. A instituição bancária identificou que a numeração do boleto não correspondia ao sistema municipal. O caso foi classificado como estelionato.
Também em Uberaba, um aposentado foi abordado por golpistas que se apresentaram como advogados, alegando representar uma antiga ação judicial ligada à Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande. Os criminosos afirmaram que ele teria direito a R$ 70 mil. A tentativa de fraude foi frustrada após o aposentado consultar uma profissional de confiança, que identificou a farsa.
Outro golpe investigado envolve um suposto processo judicial. Um técnico foi induzido a acreditar que receberia valores decorrentes de ação judicial. Após transferir R$ 30 mil, percebeu que os criminosos se passaram por advogado e promotor. A quantia foi enviada via Pix a uma conta de terceiros.
Casos de falsidade envolvendo serviços empresariais também foram registrados. Uma empresária contratou informalmente uma pessoa que se identificou como contadora para regularizar o CNPJ da empresa. Foram pagos mais de R$ 26 mil, somando transferências, dinheiro em espécie e a entrega de um celular parcelado. Nenhuma providência foi tomada pela suposta profissional, e a vítima descobriu o golpe ao procurar outro contador.
As fraudes online também atingiram o comércio eletrônico. Um mecânico que anunciava a venda de um veículo foi prejudicado após ter seu anúncio clonado. Os golpistas criaram uma versão com preço reduzido e conseguiram que um comprador, enganado, transferisse R$ 6 mil a um suposto vendedor.
Além dos crimes patrimoniais, há registros de violência física e sexual. A Polícia Militar atendeu uma denúncia de estupro em Uberaba, durante uma festa no Parque das Américas. A vítima, de 26 anos, afirmou que foi levada a um quarto sob falso pretexto, onde ocorreu a violência. O suspeito alegou consentimento, mas as investigações seguem para esclarecer os fatos.
Outro caso envolve uma atendente de 25 anos, que procurou a delegacia após ser agredida pelo ex-companheiro durante discussão relacionada ao filho. A vítima relatou ter sido trancada em casa por cerca de uma hora, além de sofrer agressões físicas e verbais. O registro foi feito com base na Lei Maria da Penha.
Situações de violência urbana também foram constatadas. Em Uberaba, um adolescente com deficiência foi perseguido por um homem armado. A vítima conseguiu se abrigar em uma escola próxima. A investigação aponta como suspeito um policial militar veterano.
Ainda na cidade, um furto em obra resultou no desaparecimento de ferramentas e de uma cadela de guarda da raça pit bull. Em outro ponto, um açougue foi alvo de furto de cabos de cobre, gerando prejuízo superior a R$ 10 mil. A ação comprometeu o fornecimento de energia e causou perdas de produtos. Imagens de um veículo com placas adulteradas auxiliaram na investigação.
Casos de tráfico também foram registrados. No bairro Residencial 2000, a PM abordou um suspeito e apreendeu entorpecentes, celulares e dinheiro em espécie. A ocorrência foi encaminhada à autoridade policial competente.
Em Uberlândia, foi concluída a identificação de um corpo encontrado em decomposição às margens da BR-050. A vítima estava desaparecida havia mais de dois meses. A Polícia Civil aguarda o laudo de necropsia para apurar as circunstâncias da morte, que poderá configurar homicídio.
Outros registros incluíram um erro de transferência via Pix, que envolveu a destinação equivocada de R$ 5 mil a uma chave desconhecida. O destinatário não devolveu o valor, e a conduta está sendo apurada como possível apropriação indébita, conforme previsão legal.
As autoridades locais reforçam orientações para evitar fraudes, especialmente em pagamentos online e contatos telefônicos ou por aplicativos. Desconfiança, verificação prévia de dados e consulta com profissionais de confiança são medidas indispensáveis para mitigar riscos. A Polícia Civil segue acompanhando os casos, com destaque para os crimes cibernéticos e de estelionato, que continuam exigindo atenção especializada.