A forma como nos comunicamos mudou. Hoje, colegas de trabalho interagem por mensagens instantâneas, grupos de WhatsApp, plataformas de reunião e redes sociais. Essa conexão digital trouxe agilidade, mas também abriu espaço para conflitos, desentendimentos e, infelizmente, para situações de assédio e violência psicológica que, mesmo fora do expediente, impactam diretamente o ambiente profissional.
Um erro comum de muitas empresas é tratar as interações online como se fossem “fora do alcance” da gestão. No entanto, quando um colaborador utiliza meios digitais para atacar, constranger ou perseguir outro colega, ainda que fora do horário de trabalho, isso pode comprometer o clima organizacional e afetar a saúde emocional das equipes.
A Justiça do Trabalho já reconhece que a omissão diante dessas condutas pode gerar responsabilidade para o empregador. Isso ocorre especialmente quando a empresa não adota medidas preventivas, como políticas claras de conduta, canais seguros de denúncia e ações educativas para promover o respeito entre os membros da equipe.
Zelar por um ambiente saudável é mais do que cumprir a lei — é valorizar as pessoas que fazem o negócio acontecer. Ignorar o que acontece nos bastidores digitais é fechar os olhos para riscos reais que abalam a confiança e o bem-estar dos times.
É papel da liderança enxergar além da mesa de escritório e entender que o espaço de trabalho também se estende às conversas que acontecem no celular. Cuidar disso é proteger não só a reputação da empresa, mas, principalmente, quem está dentro dela.
