À medida que o mundo digital continua a expandir-se, torna-se cada vez mais necessário que os pais acompanhem atentamente as atividades online de seus filhos. Neste editorial, gostaria de destacar a importância desse acompanhamento e fornecer informações valiosas sobre as principais ameaças encontradas nos jogos online.

Inicialmente, é crucial compreender o conceito de jogos online. Esses jogos eletrônicos, disputados através da internet, permitem que os jogadores interajam com pessoas desconhecidas. No entanto, é nesse ponto que o perigo se esconde. Pedófilos têm migrado para os ambientes virtuais, disfarçando-se como crianças ou outros jogadores, a fim de abordar e prejudicar crianças e adolescentes vulneráveis.

Além disso, muitos jogos online apresentam cenas de violência explícita, onde matar e prosperar no jogo são elementos centrais. Pais devem estar atentos ao conteúdo desses jogos e considerar o impacto que essas imagens podem ter no desenvolvimento emocional e psicológico de seus filhos.

Outro risco significativo é o cyberbullying, que envolve xingamentos, ofensas e constrangimentos virtuais. É importante destacar que muitos adolescentes não possuem a habilidade emocional para lidar com esse tipo de situação, o que pode levar a consequências graves para a saúde mental e bem-estar.

Para ajudar os pais a se manterem informados, apresento a seguir algumas indicações de idade para os jogos mais populares. O Fortnite, por exemplo, é amplamente jogado por crianças e possui uma classificação indicativa de 12 anos. O Free Fire é recomendado para adolescentes a partir dos 14 anos, enquanto o Counter-Strike é apropriado para maiores de 16 anos. O campeão de audiência entre os jovens é o GTA, que possui uma classificação indicativa de 18 anos, assim como o Mortal Kombat.

É importante ressaltar que essas classificações não são determinadas pelos fabricantes, mas sim por equipes de especialistas contratadas para avaliar o conteúdo e determinar a idade adequada para cada jogo. Portanto, pais e mães devem estar atentos a essas indicações e garantir que seus filhos estejam jogando jogos apropriados para suas idades.

Ao acompanhar de perto as atividades online dos filhos e estar ciente dessas ameaças, os pais podem proporcionar um ambiente mais seguro e protegido para o entretenimento de seus filhos. Embora possam existir desafios nesse processo, o envolvimento ativo e a comunicação aberta são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar das crianças em um mundo digital em constante evolução.

Alguns dados que os pais devem levar em consideração sobre o tema:

1. Comunicação em tempo real: Jogos online muitas vezes oferecem recursos de comunicação em tempo real, como bate-papo por voz e mensagens instantâneas. Isso permite que os jogadores interajam uns com os outros durante o jogo, mas também abre espaço para conversas inapropriadas e exposição a linguagem ofensiva.
2. Privacidade e compartilhamento de informações pessoais: É importante destacar que, nos jogos online, os jogadores geralmente precisam criar perfis e fornecer informações pessoais, como nome, idade e localização. Essas informações podem ser exploradas por indivíduos mal-intencionados, colocando a privacidade e a segurança das crianças em risco.
3. Vício em jogos: O vício em jogos online é uma preocupação crescente. Alguns jogos são projetados para criar um ciclo vicioso de recompensa, mantendo os jogadores engajados por longos períodos de tempo. Isso pode levar a problemas de saúde física e mental, além de afetar o desempenho acadêmico e as relações sociais dos jovens.
4. Compras in-app e microtransações: Muitos jogos online oferecem recursos de compras dentro do aplicativo, onde os jogadores podem gastar dinheiro real para adquirir itens virtuais. Isso pode levar a gastos excessivos e até mesmo a situações de fraude, especialmente quando os jogadores não têm plena consciência das implicações financeiras dessas transações.
5. Moderação de conteúdo e plataformas seguras: É essencial que os pais estejam cientes das políticas de moderação de conteúdo dos jogos online e das plataformas utilizadas. Nem todos os jogos possuem sistemas eficientes de filtragem e monitoramento, o que pode expor os jogadores a conteúdos inapropriados ou interações prejudiciais. Além disso, é importante incentivar o uso de plataformas seguras, onde os jogadores são protegidos contra abusos e assédio.

No mundo dos jogos online, alguns títulos têm recebido atenção especial devido às situações perigosas que podem surgir. É importante ressaltar que não são todos os jogadores ou todas as interações dentro desses jogos que são problemáticas, mas certos elementos e ações podem representar riscos. Alguns exemplos notáveis incluem:

1. Fortnite: Embora seja um jogo popular entre crianças e adolescentes, o Fortnite tem sido associado a casos de grooming (quando um adulto ganha a confiança de uma criança com o intuito de abusar dela sexualmente) e exploração online. Os recursos de bate-papo por voz e a capacidade de interagir com jogadores desconhecidos podem expor os jovens a riscos.
2. Minecraft: Apesar de ser amplamente considerado um jogo seguro, o Minecraft pode apresentar problemas quando os jogadores participam de servidores públicos. Nesses ambientes, crianças podem ser expostas a linguagem inapropriada, bullying e comportamentos inadequados por parte de outros jogadores.
3. Roblox: Este jogo de criação e exploração é popular entre crianças mais novas. No entanto, a plataforma tem enfrentado desafios em relação à moderação de conteúdo e à segurança dos jogadores. Alguns jogos criados por usuários podem conter conteúdo inapropriado ou até mesmo tentativas de contatos não desejados.
4. Grand Theft Auto Online (GTA Online): Embora seja um jogo destinado a maiores de 18 anos, muitas vezes os adolescentes têm acesso a ele. O GTA Online é conhecido por seu conteúdo violento e pela possibilidade de interações negativas com outros jogadores, como assédio, linguagem ofensiva e atividades criminosas virtuais.

É importante destacar que esses exemplos não devem ser generalizados para toda a comunidade de jogadores desses jogos. A maioria dos jogadores aproveita essas experiências de forma segura e positiva. No entanto, é fundamental que os pais estejam cientes dos possíveis riscos associados a esses jogos e tomem medidas para proteger seus filhos, como estabelecer limites de tempo, monitorar as interações online e promover conversas abertas sobre segurança na internet.

Jorge Alexandre Fagundes